O avanço do conhecimento histórico não acontece apenas com a busca de novos temas e objetos de pesquisa. É igualmente importante revisitar temas tradicionais em uma nova perspectiva, lançando novas luzes sobre assuntos já consagrados. Esse tipo de releitura requer um olhar criativo e renovador. O excelente trabalho de Carolina Capanema faz exatamente isso ao repensar a mineração setecentista com base em uma dimensão ainda pouco explorada: as relações complexas entre ambientes, processos sociais, representações culturais e instituições. Ao analisar a materialidade das nada rudimentares atividades mineiras, a autora percebe suas múltiplas interações com os rios, as florestas e os espaços rurais e urbanos. Capanema tem o cuidado, além disso, de observar as categorias utilizadas na época para entender o mundo da natureza e regular os conflitos pela apropriação dos seus elementos.