A partir do fim do século XIX, a família transforma-se, fechando-se sobre si mesma e permitindo a cada um dos seus membros uma identidade cada vez mais pessoal. Estas mudanças deram-se em dois tempos: na primeira modernidade, até aos anos 1960, destacam-se a evidência do casamento amoroso, a divisão do trabalho entre os sexos, o encerramento sobre o bem-estar familiar e o apoio do Estado-providência; na segunda modernidade, surgiram a instabilidade conjugal, o pluralismo das formas familiares, a ascensão das normas psicológicas, a força do processo de individualização. A família é assim apanhada entre as exigências da vida comum e da vida individual, entre crianças e adultos, estando sujeita a tensões que são objeto de análise nesta obra.