Hélio Oiticica é um dos mais importantes artistas visuais da segunda metade do século xx. Durante o tempo que morou em Nova York, em parceria com o cineasta Neville D'almeida, o enfant terrible do cinema de vanguarda brasileiro, Oiticica concebeu as Bloco-Experiências in Cosmococa-programa in progress(1973-74). Mais do que o filme sucessor de Mangue Bangue(1971) de Neville, idéia inicial do projeto,Cosmococa virou uma série de nove ambientes supra-sensoriais, cada um incorporando projeções de slides, trilhas sonoras, desenhos com pó de cocaina e instruções para os visitantes. Estas proposições foram a epítome do que oiticica chamou de quase-cinema, e do seu desejo de fundir a vida-experiênciaindividual com a arte. No presente livro, Sabeth Buchmann e Max Jorge Hinderer Cruz analisam o impacto que o underground de Nova York e do cinema de vanguarda brasileiro tiveram nas Cosmococas. e unem a essas influências à poesia concreta e os escritos de Marshall McLuhan, Henri Bergson e outros para apresentar uma análise valiosa das Cosmococas, das suas experimentações com duração, de dissolução de formatos de linguagem.