Na economia capitalista o crescimento econômico significa acumulação de capital e esse é um fim em si mesmo, não um meio para qualquer coisa, sendo o padrão de sucesso da acumulação capitalista o indicador de maior ou menor produção de lucros. Sendo assim, é possível sonhar um futuro com uma cidadania universal, conforme o proposto por Kant, ou, de um ponto de vista mais concreto, realizar a emancipação do homem, segundo Marx e os pensadores marxistas? É possível uma cidadania plena, ou uma cidadania que vá além do seu conceito clássico, como a emancipação humana proposta por Marx? E qual o sujeito histórico que tem condições de promover as mudanças necessárias para a efetivação dessa cidadania plena? Com Marx e Engels mudou-se o enfoque sobre o conceito de cidadania. A cidadania formal clássica revelou-se uma falácia o homem fragmentou-se, sua vida dividiu-se em uma esfera em que possuía direitos políticos formais e outra esfera civil em que era explorado, mal possuindo o direito de sobrevivência. Segundo Marx, somente quando ocorrer o encontro da cidadania abstrata com o homem individual real será possível o processamento da emancipação humana. Marcos Alcyr Brito de Oliveira, advogado e pensador da política, tem desenvolvido seus estudos na linha de pesquisa A cidadania modelando o Estado. Certamente as páginas deste livro são uma contribuição à história das lutas teóricas e práticas, que têm por finalidade a construção de um mundo justo, de plena cidadania enfim. A Editora Alfa-Omega tem a certeza de estar mais uma vez contribuindo para que este tema tão na ordem do dia seja posto em discussão.