A partir da segunda metade do século XX, o capitalismo entrou em acelerada mutação e o corpo da mercadoria perdeu lugar para a imagem da mercadoria, interpelando o sujeito pelo desejo, não mais pela necessidade. O valor de uso deu lugar ao valor de gozo. Assim, os conglomerados monopolistas globais que se ocupam da comunicação, da exploração do olhar e da extração dos dados pessoais – e dos quais as mídias digitais são um combustível e uma extensão – se tornaram o centro do capitalismo, a aura mais fulgurante da Superindústria do Imaginário. Este livro pretende, portanto, explicar a mudança no curso a partir da qual a comunicação desenvolveu sua capacidade particular de fabricar valor em escala superindustrial e passou a dominar nada menos que o centro do capitalismo.