Wallon é um observador, um clínico, um homem de intuição, tanto ou mais do que um experimentador, mas também um filósofo no sentido mais profundo e mais válido do termo - quer dizer, um homem que sabe refletir nas tomadas de posição do espírito face à realidade - e que sabe criticar, modificar estas tomadas de posição, para se desprender das ideologias e abraçar o real, cada vez com mais veracidade e eficácia. Assim, Wallon surge, mais do que nenhum outro, como um inovador, como um criador da Psicologia, porque as suas contribuições científicas não são apenas uma pedra mais, um novo tijolo para o edifício comum, na medida em que provocam neste edifício uma reorganização, ou melhor, a abertura de perspetivas insuspeitas. (...) O pensamento e a obra de Wallon continuam mais vivos que nunca. Qual é o seu legado? Não é possível fazer um inventário definitivo porque se trata de uma herança que dará novos frutos no futuro.