A perspicácia, a ironia, o humor refinado, a crítica e o olhar aguçado - e, por que não, antropológico - de um imigrante em terra estrangeira, marcas do bósnio Aleksandar Hemon, estão de volta em O projeto Lazarus, melhor livro de ficção de 2008 segundo a conceituada revista New Yorker, que a Rocco leva agora às livrarias. Em seu terceiro livro, o celebrado autor de E o Bruno? e As fantasias de Pronek confirma seu talento para escrever sobre as dores acidentais, unindo, com maestria, duas vidas separadas no tempo e no espaço. A obra é uma corajosa continuação da sua visão sobre a decadência do imigrante no mundo pós-moderno. Em 1908, Chicago é palco da morte de Lazarus Averbuch, um imigrante do leste europeu, de 19 anos, que trabalhava empacotando ovos e vivia com a irmã mais velha, assassinado friamente pela polícia por sua pretensa ligação com os anarquistas. Cerca de cem anos depois, Chicago é o lar que aflige Vladimir Brik, um escritor bósnio atormentado pela crise de identidade e sua condição de outsider - desencantado pela sua vocação, o país natal e, sobretudo, com a América "das oportunidades", mas encantado pela história de Lazarus, revivido pelas pesquisas, depoimentos de sua irmã e das cartas que ela escreve à família. Uma trajetória meticulosamente reconstruída, que serve como autodescoberta e ressurreição de Brik, alter ego de Hemon.