O presente livro empreende uma reflexão acerca da seguinte questão - se há uma insatisfação com a prática hegemônica da pesquisa científica e do fazer universitário, qual ciência e qual universidade são desejáveis para enfrentar a complexidade do mundo? Essas indagações sinalizam claramente na direção da reforma do pensamento e da universidade. As páginas escritas por Maria da Conceição de Almeida e Margarida Maria Knobbe abordam com coragem essas indagações, propugnando por uma ciência aberta e por uma universidade renovada. Fazem isso ao relatar uma bem-sucedida experiência de reforma da universidade e do pensamento, resultante do trabalho pioneiro desenvolvido pelo Grupo de Estudos da Complexidade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Grecom/UFRN). Não se trata aqui de uma reforma burocrática que vise abrir ou fechar departamentos ou setores da hierarquia administrativa, mas de uma reforma cujo foco são os dispositivos mentais enrijecidos, a ciência instrumental, o produtivismo estéril da política universitária, o cretinismo intelectual no sentido assinalado por Edgar Morin.