"Em seu sentido moderno, a informação é contemporânea do telégrafo elétrico que lhe deu seu formato, o do despacho de agência, uma sequência breve com escrita minimal. O despacho criou uma unidade de informação-standard dotada de um valor; à escansão telegráfica do tempo sucedeu-se a unidade epistolar das gazetas: as notícias múltiplas e variadas da correspondência, o despacho substituiu um assunto de informação única; ao fluxo contínuo da narrativa que se encadeia sucedeu-se a unidade discreta do acontecimento, um tempo de descontinuidades e de rupturas que faz das páginas dos diários uma rapsódia dos fait-divers. Se nas duas primeiras edições de O Jornal- da forma ao sentido, o livro cobria um largo espectro de formas por meio das quais o jornalista atua, nesta terceira edição pretende-se ir mais além, aplicando a capacidade geradora e acolhedora do jornal- suas ideias e paradigmas aí contidos - ao universo virtual da internet, forma em que hoje também e principalmente atua o jornalismo, estabelecendo novos pactos de produção de leitura com o interdiscurso jornalístico, o que já era percebido pelas formas do intertexto e que agora passam a ser normas e regras do bom uso da capacidade jornalística de informar."