Caro leitor, você está com os ambientalistas ou com os ruralistas? Formular a questão desta forma parece que sempre é recorrente, quando se trata de refletir e se posicionar diante das problemáticas sociais complexas. Ou seja, você está de um lado ou de outro e, neste sentido, tem-se a impressão de que não há outras vias a serem pensadas e construídas num debate que se reduz à dicotomia de posições. Assim, se há um objetivo central a ser expresso em relação ao que você leitor encontrará nesta obra, pode-se afirmar que nela os autores buscam refletir e elaborar conhecimentos técnico-científicos sobre a importância de se considerar as Áreas de Preservação Permanente (APPs) no contexto do planejamento e da gestão dos espaços rurais e urbanos. Essa importância revela-se enquanto áreas fundamentais na perspectiva da valorização da biodiversidade, assim como potenciais para a qualificação do processo produtivo no espaço rural e a preservação/recuperação do meio no espaço urbano. Considerando a complexidade expressa por estes objetivos, é possível, no mínimo, perceber que o reducionismo à dicotomia que o debate sobre as revisões do Código Florestal produziu nos últimos dois anos não deve representar a postura do mundo científico nem a diversidade da postura cidadã no país.