A obra veri¬fica como a comunicação e a cultura se articulam na comunidade quilombola de Itamatatiua, mostrando as lutas e as resistências dos moradores no contexto histórico do Maranhão. Ganhou reconhecimento com a produção de cerâmica. De lá, saíam os potes, ¬filtros e demais artefatos. Com o passar dos anos, os povoados vizinhos começaram a receber sistema de água encanada, o que afetou gravemente a economia dos moradores da comunidade. As mulheres recorreram à produção de peças de cerâmicas de cunho artístico, como principal fonte de renda das famílias. É conhecida nacional e internacionalmente através de exposições das peças que as pessoas levam para seus lares. Outra característica, com a introdução da energia elétrica, a partir do programa federal “Luz para Todos”, os moradores adquiriram televisores para seus lares, o que se propagou rapidamente, transformando a comunicação oral para os processos de mediação. Nesse contexto comunicacional, os moradores de Itamatatiua presenciam as chamadas mediações comunicativas da cultura, conforme aponta Martín-Barbero (1987). Se antes elas estavam inseridas na atmosfera da oralidade, agora são receptoras das mensagens oriundas do meio televisivo.