Os anos pós-conciliares silenciaram, por algum tempo, as forças conservadoras na Igreja Católica. Elas tinham atuado no Concílio e continuavam vivas, mas guardavam pudorosa cautela no meio da onda de avanços, reformas e inovações pós-conciliares. Este livro tem o imenso valor de investigar como tal tradição antimoderna católica brasileira atuou no Concílio. Tal pesquisa ajuda-nos a entender os refluxos neoconservadores atuais, embora os protagonistas principais sejam outros. Os que labutaram no Concílio já partiram dessa vida na sua imensa maioria. O viés conservador da Igreja do Brasil tinha caído em quase total olvido, porque durante muitos anos a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos tinha sido ocupado pela geração que fez o Concílio na sua abertura ou que o assumiu nesse espírito, enquanto o lado conservador permanecia em paciente silêncio até que os tempos lhe permitiram ressurgir das cinzas. Estamos diante de um texto lúcido, com preciso nível de informação, de exatidão teológica louvável e de excelente conhecimento do mundo eclesiástico nas diferentes facetas da dogmática, da disciplina, da moral, da organização. O texto nos adentra no integrismo católico e nos permite entender melhor a atual conjuntura.