Depois de anos de ressentimentos e tensões mútuas, há um súbito reconhecimento de que os verdadeiros interesses dos Estados Unidos e de seus aliados estão divergindo muito e que as próprias relações transatlânticas mudaram, talvez de maneira irreverssível. Robert Kagan equacionou de modo incisivo este impasse, obrigando ambos os lados a se examinarem sob a ótica do outro. Ao expor histórias bem diferentes da Europa e dos Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial, o autor de "Do paraíso e do poder" deixa claro como, para a Europa, a necessidade de escapar de um passado sangrento levou a uma nova série de convicções transacionais no tocante ao poder e as ameaças, ao passo que os Estados Unidos foram obrigados a evoluir na direção de se tornar fiadores desse "paraíso pós-moderno" pela força de seu poder e de seu alcance global.