O que atrai nesse homem de um metro e meio, com bigodes, além do fato de ter inventado o avião? Talvez seja o seu sorriso enigmático, o seu olhar imperturbável de profeta da ciência. Ou ainda, o seu entusiasmo pelo novo, sua urgência em conseguir o que não pode, em alcançar alturas ignoradas, como um Ícaro do século XX. Mas não é apenas isso tudo que o faz radical. Lidar com a natureza nunca é tentar o impossível. Impossível é lutar contra os donos das guerras, os patrões dos países que fazem da morte uma necessidade econômica. Foi o que ele tentou fazer, porque só queria voar. É isso tudo o que fascina em Santos Dumont.