Esse texto, um dos mais belos da literatura, é também o menos pretensioso. Se é uma obra-prima, isso se deve um pouco ao acaso, ou melhor, a essa necessidade imprevisível a que hoje damos o nome de gênio e que outra coisa não é, em se tratando de Montaigne, senão o próprio Montaigne, com seu gosto extremo pela verdade, com o desprezo pelo artifício e com a liberdade sem igual de atitude e tom.