O sobrenome Guinle parece estar eternamente associado ao hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, e permanece no imaginário popular como uma espécie de sinônimo para luxo, glamour e opulência. As lendas em torno do comportamento extravagante de alguns de seus integrantes, porém, obscureceram a atuação da família como empreendedores pioneiros no século XX, no momento em que o Brasil dava seus primeiros passos rumo à industrialização.Filho de imigrantes franceses, nos estertores do Segundo Reinado, Eduardo Palassim Guinle, sua esposa Guilhermina e o sócio Cândido Gaffrée começaram a vida com um modesto armarinho na rua do Ouvidor e iniciaram um processo de ascensão socioeconômica que culminou com o monopólio sobre a modernização e a operação do porto de Santos por incríveis 92 anos. Deram início a uma dinastia que deixaria sua assinatura no mundo empresarial, nas artes, na exploração de petróleo e até mesmo na popularização do futebol como preferência nacional. O historiador Clóvis Bulcão resgata as realizações dos sete filhos de Eduardo e Guilhermina, a geração que conheceu tanto a glória quanto o início de um inexorável processo de decadência. São personagens que apostam em inovações, como a eletrificação urbana e a construção de rodovias, que se movimentam com desenvoltura na cena política, no jet set internacional e até mesmo nos palcos. Sob o lema “Se você deseja, não lhe fará mal”, construíram castelos que não resistiram à passagem do tempo.A família Guinle é um sinônimo de luxo, glamour e extravagância, simbolizado no hotel Copacabana Palace, que existe até os dias de hoje.Uma história salpicada de passagens românticas e polêmicas, protagonizada por uma família que tinha como lema “Se você deseja, não lhe fará mal”.Relato revelador do papel fundamental exercido pela família na construção do Brasil moderno.A influência dos Guinle no futebol, na música popular, na arquitetura, no cinema e no teatro, lado a lado com personagens como Pixinguinha, Villa-Lobos, Oscar Niemeyer e Rita Hayworth.