Este livro concentra-se na análise desses problemas, acompanhando o percurso que vai da utilização, entre nós, há bem mais de um século, de conceitos como alfabetização e analfabeto, até sua gradativa substituição, nas últimas décadas, por expressões e noções como letramento e iletrado.
A análise arguta e minuciosa dessa trajetória evidencia o esgotamento de determinadas possibilidades teóricas e práticas no campo educacional e evoca meios para sua superação e o resgate da dívida histórica com os excluídos da participação social, cultural e política no Brasil.A ideia de contestação e rebeldia tem sido comumente associada à juventude como oposição às normas sociais estabelecidas. Neste livro, investiga-se o sentido da rebeldia face ao projeto educacional por meio de narrativas e enredos produzidos com base em relatos de adolescentes. A autora encontra a rebeldia como elemento essencial e fundamental à conduta obediente. Ao lado disso, desvela que os arranjos entre rebeldia e obediência, sempre singulares em cada pessoa, referem-se ao processo de construção da identidade ou da representação que o sujeito tem de si. A rebeldia é, portanto, elemento integrante da construção do que se pode chamar de obediência.