O mecenato é uma prática antiga na história da arte e da cultura, mas o mecenato dos bancos como parte do marketing institucional é relativamente recente. No Brasil, as grandes instituições bancárias são agentes fundamentais no campo da cultura e das artes desde, pelo menos, meados dos anos 1980. [...] Em alguns casos, não se trata de investir nas artes na forma do financiamento a produções de artistas, mas de investir em grandes espaços culturais, fisicamente imponentes, capazes de abrigar acervos, eventos e exposições que adensam a vida cultural de muitas cidades. [...] Programações gratuitas ou de baixo custo de acesso são as marcas destes espaços, o que explica a formação de um público fiel, amante da cultura, mas sem poder aquisitivo para consumi-la dentro de circuitos altamente mercantilizados. [...] Eduardo Fragoaz examina as complexas relações entre o campo financeiro-econômico e o campo artístico. Sua tese geral é que mesmo que, em última instância, o marketing que obedece ao primeiro campo tenda a prevalecer, a lógica do campo artístico não é passiva e reativa, negociando possibilidades de ações e espaços com resultados significativos para vida cultural e para a experiência do público [...]