José de Seixas Magalhães era um comerciante pouco comum no Rio de Janeiro do século XIX. Dedicava-se à fabricação e comércio de malas e sacos de viagem na Rua Gonçalves Dias, no Centro, onde já utilizava os mais modernos recursos tecnológicos. Seixas possuía uma chácara no Leblon, onde cultivava flores com o auxílio de escravos fugidos. Ele ajudava os fugitivos e os escondia com a cumplicidade dos principais abolicionistas da capital do Império, muitos deles membros proeminentes da Confederação Abolicionista. A chácara de flores, a floricultura do Seixas, era conhecida mais ou menos abertamente como o "quilombo Leblond", ou "quilombo Le Bloon", então um remoto subúrbio à beira-mar. Era lá, exatamente, que o tal Seixas cultivava camélias, flor que se tornaria o símbolo por excelência do movimento abolicionista. A premiada escritora carioca Luciana Sandroni resolveu contar essa parte pouco conhecida da história [...]