"Viver em um país fundado através do holocausto racial jamais interrompido e nunca publicamente confessado, sequer reparado, faz do trabalho de avaliar seus efeitos nos mais variados campos da vida uma tarefa enorme que abre flancos para movimentos possíveis para esconjurar cicatrizes e experimentar reconfigurações de existência negra que se furtem à destinação colonial. Nesses flancos move-se este livro de Fernando Santos. Para ser um crime inconfesso, o Estado brasileiro precisou inventar maneiras de não assumir a sanguinolência de suas fundações, uma dessas manobras, o uso dissimulado de materiais didáticos que congelavam o lugar do negro no imaginário social. Fernando oferece-nos uma análise dessa ferramenta, currículo como lugar histórico de disputas de subjetividades, briga antirracista na qual ele definitivamente se inscreve." - Gustavo Coelho, Professor adjunto da UERJ.