Das teorizações em Educação Matemática podemos destacar algumas tendências que se afirmam como discursos recorrentes em meios acadêmicos e escolares, tais como a Resolução de Problemas, Modelagem Matemática, História da Matemática, Ludicidade e Matemática, Filosofia da educação matemática etc. Dessas tendências que se tratam os artigos teóricos deste livro, que seguem em sucessão atemporal e analógica, mas que se justificam no interior deste livro visto problematizarem e ao mesmo tempo exercerem uma afirmativa a tais tendências. As problematizações que seguem não são arbitrárias, pois elas têm um interesse nada trivial, qual seja, visam contribuir para produzir a diferença - no professor de matemática, nas metodologias de sala de aula, na didática da matemática, na educação matemática de um modo geral. Do que se trata este livro, pois, não é da dicotomia teoria versus prática. Aqui, a teoria é entendida como prática, visto que se teoriza para produzir novos modos de pensar e, portanto, atualizar-se em novos modos de conduta de professores de matemática, no seu quotidiano escolar; e a prática está sendo entendida como teoria, visto que só se pode colocar em prática aquilo que está no âmbito do pensamento. Entre teoria e prática não há oposição, nem negação, nem contrariedade neste livro. Sim, há afirmação. O que existe são capturas mútuas entre teoria e prática, em que um não vive sem o outro, ou ainda, em que um constitui ao outro; a teoria não se faz sem a prática e a prática não se faz sem a teoria. Entre teoria e prática existe movimento, forças de produção destas formas, que não deixam de fazer-se e desfazer-se em meio à vida do professor ou do futuro professor de matemática.