As injustiças sociais e a degradação ambiental têm raízes comuns. A poluição, o desmatamento e o aquecimento global atingem a todos, mas os impactos diretos da degradação são profundamente desiguais. As maiores cargas dos danos ambientais são destinadas às populações socialmente mais vulneráveis, refletindo a enorme concentração de poder na apropriação dos recursos ambientais que caracteriza a história do nosso país. O conceito de justiça ambiental surgiu nos anos 80 a partir desta percepção, defendendo que nenhum grupo de pessoas deve suportar uma parcela desproporcional da degradação do espaço coletivo. Justiça ambiental e cidadania é o produto do Colóquio Internacional sobre Justiça Ambiental, Trabalho e Cidadania que reuniu, em 2001, representantes de diversos movimentos sociais, ONGs e pesquisadores universitários em torno das discussões sobre o modelo de desenvolvimento brasileiro e suas conseqüências ambientais. O livro nos fornece o quadro dramático da exposição de grande parte da população brasileira a riscos ambientais, além de análise de casos tanto no Brasil quanto nos EUA. Os textos reunidos aqui denunciam as agressões ambientais sofridas por grupos sociais de menor renda, ao mesmo tempo que apontam caminhos para a reversão desta situação. Nas palavras de Carlos Minc, Justiça ambiental e cidadania é um livro imperdível, um marco de referência conceitual e político que nos capacitam no esforço para despoluir a sociedade e criar a cidadania para todos.