DICIONÁRIO CRÍTICO DE ESCRITORAS BRASILEIRAS de Nelly Novaes Coelho, um importante registro histórico-literário brasileiro de nossas autoras que, certamente, permanecerá como obra de referência por muitas décadas. Não há como negar essa afirmação do grande escritor(*), pedagogo e político argentino. Nem esquecer que, desde a origem dos tempos a mulher tem sido peça-chave na fundação de mundos e na organização ou equilíbrio de qualquer sistema social. É só lembrarmos da mítica Eva seduzindo Adão com a maçã, provocando a perda do paraíso e a conseqüente condenação da humanidade cristã a viver neste vale de lágrimas. Ou, mais tarde, os sucessivos raptos das Sabinas que ponteiam a história universal, no período de formação dos povos. Este dicionário resulta de um minucioso levantamento da produção literária feminina brasileira, de ontem e de hoje, organizado com o objetivo maior de oferecer um painel abrangente dessa literatura e que pudesse servir de fonte para futuros estudos e pesquisas nessa área. Abrangência: 1711, ano em que nasceu em São Paulo, Teresa Margarida da Silva e Orta, autora do famoso romance Aventuras de Diófanes (1752), descoberta pelos historiadores, como a primeira romancista em língua portuguesa. 2001 - Ano-limite da pesquisa. O volumoso acervo recebido (milhares de livros, currículos, fortunas críticas, cartas, etc.) foi selecionado, lido, analisado e transformado em verbetes, que obedecem à seguinte estrutura: a. N º e nome da autora b. Informações sobre local e data de nascimento, formação escolar, profissão, início da carreira literária, circunstâncias específicas, prêmios, entidades culturais ou de classe a que pertence e outros dados pertinentes. c. Apresentação crítica: contextualização histórico-cultural em que surge a obra, sua relação (ou não) com as correntes literárias ou idéias dominantes no momento, peculiaridades de seu estilo, etc., etc. (Obviamente nos casos em que tal apreciação era possível.) d. Registro das publicações: ordem cronológica e com especificação do gênero em causa. Evidentemente, os verbetes variam em extensão e no detalhamento da análise, dependendo não só da natureza da obra realizada e do perfil da escritora, mas também das informações a que tivemos acesso e, acima de tudo, da nossa própria percepção das obras. Das inevitáveis omissões ou equívocos de julgamento que forem detectados, desde já pedimos a generosa compreensão das autoras