Trinta anos após ter cometido um dos crimes passionais de maior repercussão no país, Doca Street conta sua versão da tragédia. Depois de uma violenta discussão com Ângela Diniz, Doca assassina a "pantera de Minas" à queima-roupa, na véspera do Reveillon de 1976. Defendido por Evandro Lins e Silva, um dos destacados juristas brasileiros, foi inocentado no primeiro julgamento. Mas não teve a mesma sorte no segundo: foi condenado a 15 anos de prisão. Após cumprir a pena, foi colocado em liberdade pela Justiça, mas não pela sua consciência. As anotações, feitas durante o tempo de prisão e reunidas em Mea Culpa, passam a limpo os dez anos mais tumultuados da vida de Doca Street - do primeiro trimestre de 1976, quando tem início seu caso com Ângela, a outubro de 1987. Segundo o autor, "para não enlouquecer, cheio de culpas e remorsos, comecei a escrever. Era fácil, punha no papel tudo o que passava na minha cabeça. Toda a dor, toda a angústia, todo o desespero que senti. Depois de algum tempo, cansado de escrever só sobre minha dor e de sentir pena de mim, comecei a escrever sobre o dia-a-dia do presídio". Na cadeia ou "universidade do mal", como ele define, conviveu de perto com os fundadores da facção criminosa Falange Vermelha. Com Mea culpa, o leitor está "diante de uma história com todos os ingredientes de uma verdadeira novela policial: dinheiro, infidelidade, drogas, amor, ciúme e, ao final, o cadáver de uma mulher", observa o jornalista e escritor Fernando Morais nas orelhas do livro. "Embora o final já seja conhecido de todos, o leitor consome este livro como se devorasse um romance. Um romance que milhões de brasileiros acompanharam pela TV e pelas páginas policiais, e que agora é reconstruído por seu principal personagem."