No século V de nossa Era, dois sacerdotes, Pelágio e Agostinho de Hipona, alimentaram uma enorme polêmica sobre a relação entre a natureza humana e a necessidade ou não da Graça Divina para aperfeiçoá-la. Separado de Deus pelo pecado, o ser humano, segundo Pelágio, teria total condição de por sua própria consciência e vontade aperfeiçoar-se, ou seja, cumprindo os preceitos e dogmas da Igreja Católica Romana, poderia moralmente santificar-se. Agostinho de Hipona, ao contrário, profundo conhecedor da carne corpo e alma, acreditava que somente sob a Graça os indivíduos poderiam tornar-se generosos, fraternos e justos. Se bem compreendo, resumindo mui brevemente, Pelágio pregava que a moral cristã seria suficiente para moldar o ser humano no sentido de um mundo mais perfeito e digno. [...]