Sessenta e nove identidades. Herói para alguns, vilão para outros. A vida de Johnny de Graaf, agente fingindo trabalhar para o serviço secreto soviético enquanto colaborava com os britânicos do MI6, prova como a realidade é muito mais interessante que a ficção. E muito mais intrincada. Longe do glamour e maniqueísmo perpetrado por Hollywood e os Bond movies, Graaf era um personagem complexo. Evitava os judeus, podia ser vingativo e provavelmente assassinou uma de suas mulheres. Também era teimoso e, muita vezes, inflexível. Mas o que fez pelo governo de Sua Majestade, e mais tarde pelos Aliados, supera as falhas e justifica contar sua história. Em JOHNNY: A VIDA DO ESPIÃO QUE DELATOU A REBELIÃO COMUNISTA DE 1935, sua trajetória ganha vida a partir de suas próprias palavras e reflete suas opiniões e preconceitos. E as muitas aventuras e reviravoltas: assassinato, traição, intriga e violência nunca estiveram longe de sua porta. Apesar de em 1919 ter-se associado ao Spartacus Bund, do qual se originou o Partido Comunista Alemão, mais tarde se tornou um firme anticomunista e teve um papel chave no abalo dos esforços dos comunistas no Brasil para derrubar o governo de Getúlio Vargas, em 1935. Depois de se aposentar do MI6, ofereceu seus serviços ao FBI de J. Edgar Hoover, em 1950. R. S. Rose iniciou a investigação sobre Johnny depois de se tornar o primeiro acadêmico a ter permissão para examinar demoradamente os arquivos da policia política brasileira. Também procurou e entrevistou demoradamente os parentes de Johnny que restavam na Alemanha, bem como no Brasil. Com base em documentos de vários arquivos governamentais, assim como em muitas entrevistas — das quais as mais importantes foram uma série que Gordon Scott fez com Johnny em 1975 e 1976 —, esta é a história da vida de um espião e sua exuberante carreira, uma eletrizante narrativa de espionagem e contraespionagem durante um período decisivo da história política do século XX.