Mais do que um livro de receitas, trata-se de uma obra que revela a tradição e o preparo das comidas utilizadas no Candomblé. Acaçá, o creme de milho branco embalado em folha de babaneira, é a mais elementar dessas receitas. Na religião dos orixás, comer é um ritual, talvez o que mais evidencie a relação do homem com o sagrado. Isso porque o alimento é consumido não para saciar a fome, mas para despertar o axé do orixá dentro de cada um, ativando a energia vital que faz a pessoa interagir com o sagrado. A tradição das comidas de preceito se mistura à própria culinária típica baiana. O acarajé, por exemplo, é dedicado a Iansã, o caruru correspondente, e a participação das comidas de santo em histórias de fé vividas em seu templo, em São Paulo, e pelo próprio autor na sua infância na Bahia.