Nossas pernas se encontraram três vezes. Nas duas primeiras ele se afastou, mas na terceira permitiu o contato. Aproveitei a condescendência e coloquei a perna direita por cima da sua perna esquerda e, para meu espanto, não esboçou reação, nem boa nem má, o que era um bom sinal. Notei que respirava mais rápido. De repente, viramos um para o outro ao mesmo tempo, no mais feliz dos acasos. Nossas bocas ficaram a menos de um palmo uma da outra. Mesmo na escuridão, eu conseguia ver seus olhos negros, me fitando nervosos.