O livro trata do destino dos escravos no pós-13 de maio de 1888, data da Lei Áurea, marco legal do término da escravidão no Brasil, tema pouco explorado por nossa historiografia. Thiago imprime originalidade ao estudo, ao escolher, como fonte documental, atestados de óbito de pretos de Rio Claro, preservados pelo Arquivo Histórico Municipal de Rio Claro, e, pela análise das informações contidas nesses documentos, revela as condições de vida de escravos e de negros livres. Várias perguntas percorrem o livro, mas uma se sobressai: os ex-escravos foram integrados ao mercado de trabalho formado pela grande imigração de europeus, subsidiada pelo Estado? Na reconstrução da formação do mercado de trabalho livre, a análise realizada deixa claro o longo processo de “solução lenta, gradual e segura” para o término da escravidão. Neste projeto de abolição “lento e gradual”, a elite política e econômica brasileira teve êxito – não houve crise econômica por falta de braços.