Em O livro de Ana, Bartolomeu Campos de Queirós compartilha com o leitor uma possível resposta para a dúvida que sempre o acompanhou ao olhar uma imagem de Sant’Ana com um livro nas mãos. Jamais li O Livro de Ana, mas se fico atento ao mundo e sua festa, posso adivinhar a escritura. Imaginação, sensibilidade, percepção, sentimento do mundo são elementos presentes na construção dessa narrativa poética em que Ana, ao ler para sua filha, Maria, desvenda-lhes dois mistérios: o da construção do mundo e o do poder revelador das palavras. Enquanto Maria brincava de pensar,os olhos de Ana decifravam o caminho que as letras diziam. Como fila de pequenas formigas buscando o açúcar, também as palavras trazem chaves. Destrancam destino, abrem história, libertam direções. E mais, fazem brotar primavera mesmo se o tempo é de inverno. A diagramação e as ilustrações, diferentes e originais, propõem, também, durante a leitura, a descoberta outros segredos.