Durante vinte anos de advocacia trabalhista, dos quais cerca de quinze como assessora em Sindicatos de empregados, assisti a fatos e vivi emoções indeléveis. As reações humanas diante das investidas e situações hostis são as mais distintas possíveis e com vertentes inimagináveis. O mundo do Trabalho é um manancial de luzes, cores, cheiros e espetáculos que, se pudessem ser retratados por artistas, estariam, ora diante de cenas e telas de profundo terror, como o Inferno de Dante Alighieri, ora passando pelas distorcidas imagens cubistas de Pablo Picasso, e ora retratando a expressão da serenidade dos coloridos jardins de Claude Monet. Percebi que a dignidade no trabalho não é uma conquista geral, e o poder de enfrentamento da classe trabalhadora também é proporcional à necessidade de se manter no emprego e às condições educacionais associadas à qualificação. Entendi, com isso, a grande importância de se debruçar no estudo sobre temas, como: dignidade da pessoa humana, educação, qualificação, globalização e construção do Direito do Trabalho. É o que resulta nesse texto, que não tem nenhuma pretensão de aprofundamentos, tampouco de ser novidade no mundo jurídico, mas, de dar continuidade a trabalhos já existentes, com outras abordagens, gerando despertamentos e discussões sobre o tema.