'Amor de cão' estuda vidas reais e biografias caninas, clubes e leis de controle para apresentar a relação entre humanos e caninos sob uma nova perspectiva. O que as histórias sobre celebridades como Lassie dizem das exigências que fazemos a seus correspondentes humanos na vida política e na cultura popular? Numa época em que há muita informação e pouca compreensão, até que ponto as fantasias sobre comunicação canina não expressam apenas o desejo humano de ser compreendido? Por que as pessoas estão dispostas a aceitar em seus animais de estimação a mistura de constância emocional e inconstância sexual que criticam nos parceiros humanos? De que forma a preocupação com o pedigree reflete esnobismo, nacionalismo e outras formas de ansiedade cultural? Quais as relações entre o aumento do número de leis concernentes a cães e o desejo de regular o comportamento humano? Explorando essas e outras questões, 'Amor de cão' mostra que, em uma sociedade que se torna cada vez menos humana, é com os cães que os homens se permitem exprimir suas tristezas mais profundas e viver suas maiores alegrias. Assim, a partir desta obra, conclui-se que hoje é o cão que, afinal, humaniza o homem. Opinião do Leitor: Felipe (www.providaanimal.com.br) / Data: 17/1/2001 Conceito do leitor: Pro Vida Animal em Meio Urbano Desde os primórdios da vida humana no planeta, há dezenas de milhões de anos, os animais paulatinamente domesticados passaram a integrar-se de modo orgânico à vida do homem. Auxiliares no trabalho, na garantia da segurança e na busca da sobrevivência, como guardas e companheiros de caça, parceiros na higiene pela eliminação de detritos e outros animais transmissores de doença, ou portadores de laços de afeto, como companhia na solidão, cavalos e bois, cães e gatos, animais utilitários e todas as outras espécies em algum momento promovidas a animais de estimação ocuparam durante milhares de anos um lugar importante na definição da humanidade do homem. De fato, frente a esse pano de fundo da história da humanidade se podem pensar as transformações históricas que levaram os homens a se afastar pouco a pouco do convívio com a natureza e os animais domésticos, quando passaram progressivamente a viver em aglomerados urbanos. Qual o significado dessa mudança de habitat e de padrão de convivência do homem com as outras espécies domesticadas? O que ela trouxe para o homem em termos de qualidade de vida? Quais são os valores que hoje norteiam os seus projetos e suas formas de vida? Acredito que mais além desta interpretação possível sobre as relações domésticas entre homem e animal de estimação devemos pensar que o abandono deeste mesmo animal é apenas o último elo numa cadeia progressiva de ruptura de laços de solidariedade, denotando o triunfo do isolamento solitário do indivíduo e seu "direito" à irresponsabilidade. Portanto, o resgate desse mesmo animal pode ser para o homem o princípio de recuperação de sua humanidade posta em risco. Este livro nos traz a importancia desta relação milenar mas deve-se abordar que, como tudo o que o homem faz, há excluídos que não tornam possível pensá-la como uma relação harmônica e perfeita, mas sim moldada e estruturada a partir de como a própria sociedade se organiza. Obrigado!