Destaque da literatura brasileira dos anos 90, com o relato de um encontro imaginário na estrada Rio-Bahia entre dois farsantes que dizem ser os poetas Ascenso Ferreira e Augusto dos Anjos, Bernardo de Mendonça volta a reaproximar a lírica da narrativa em seu novo livro, Os Fantasmas Tropicais. Trata-se, antes de tudo, de um livro de histórias, ou de "narrativas em miniatura" como já assinalou a crítica Flora Süssekind a propósito das fabulações poéticas do autor, que usa desde o experimentalismo das microbiografias (como em seu primeiro livro, de 1989, Legendas para Cem Fotos Imaginárias) à tradição dos desafios e do romance popular em versos (como em seu livro anterior, de 1995, O Livro Diverso: A Peleja dos Falsários), para oferecer ao leitor uma cosmovisão própria, contemporânea e local - de "um localismo em trânsito", segundo a leitura de José Paulo Paes, outro importante crítico que se dedicou à análise da obra de Bernardo de Mendonça. [...]