Este livro não pretende ser um panorama da poesia contemporânea em língua portuguesa. Situada no contexto da globalização, a análise de algumas criações literárias no Brasil, em Moçambique, Angola e Portugal, busca uma sintonia histórica com base na multiplicidade de focos decorrentes da arte de agora, em sua abertura inventiva e conceitual. O eixo recorrente do trabalho se encontra na produção do português Herberto Helder, tomado, entre outros livros, em Do mundo como signo convergente e abrangente das possibilidades enunciativas da poesia no presente. Refere-se, em outra via de arte e conceitualidade, à imagem plástica da "Land Art"trabalhada por Robert Smithson em sua peça-chave intitulada "Spiral Jetty". O "Píer Espiral", de Smithson, conduz ao polo-terra, a um traço geofísico essencial para o debate sobre literatura e mundialidade, criação e globalização, na cena atual.