Resgatando a relação fundamental entre imagens de culto e imagens da mídia, Alberto Klein apresenta uma reflexão mais do que necessária aos estudos da mídia que, frequentemente, confundem a imagem com seu suporte. Essa é uma confusão que vemos desfeita no texto na medida em que ele nos faz entrever não apenas a relação das imagens visuais religiosas, de culto, com as imagens visuais midiáticas, como também, e ai está um diferencial que destaca essa reflexão, com as imagens verbais. Ao apresentar uma reflexão sobre a textolatria, demonstra que o iconoclasmo na verdade nunca se realizou em algumas religiões, como pretendido, e que as imagens migram de suporte, confirmando a máxima de H. Pross de que "os símbolos vivem mais que os homens". A isso poderíamos acrescentar que imagens não apenas vivem mais, como criam estratégias culturais de sobrevivência, perpetuando-se sob as mais diversas e insuspeitas formas.