Treze anos após o polêmico e marcante Feliz ano novo, meio-tempo em que se consagrou como um dos grandes prosadores brasileiros, Rubem Fonseca volta aos contos e mostra sua capacidade de se reinventar. Com histórias carregadas de mistério e suspense, o autor dá vida a personagens enigmáticos, diferentes dos anteriores, que expressavam suas angústias com violência física, motivo pelo qual sua literatura foi chamada de "brutalista" por Alfredo Bosi. Em Romance negro e outras histórias há um fio condutor sombrio, um sentimento de desilusão e de aceitação dos fatos que percorre os contos como uma espinha dorsal. Tendo como foco a problematização das muitas nuances da vida autoral - quatro das sete histórias têm escritores como protagonistas -, os contos de certa forma remetem ao protagonista de "Intestino grosso", de Feliz ano novo.