Resolvi iniciar este livro sobre comida justamente pensando em quem não a tem, pois tudo aquilo que se possa escrever, comentar, contar... não se compara, nem de longe, com o panorama da fome no planeta. Falar de comida, pressupõe falar em fome. E quando era professora, na Universidade, e agora quando faço palestras, existe a necessidade de diferenciar: FOME FÍSICA, ou do estômago, é a fome fisiológica; nossa necessidade de reabastecimento. É a fome que sustenta a vida. FOME EMOCIONAL, ou psicológica, é a fome que não tem ligação com a sustentação da vida. Implica em comer “apenas porque a comida está lá”; “porque alguém se preocupou em prepará-la”; “porque paguei pela comida”, “porque tenho pena de jogar fora”; “porque me sinto ansioso”; “porque estou triste, frustrado, feliz, etc.”. Por fim, a fome emocional é a que nos faz comer mais e mais, apesar de já estarmos satisfeitos ou até passando mal. É ela que nos faz engordar.