Por volta do século XV, o Ocidente incendeia-se. Um incêndio monstruoso, em forma de epidemia. Homens e, principalmente, mulheres são queimados. As bruxas são as noivas do Diabo. O boato afirma, os juízes civis e religiosos provam. Elas frequentam o sabá, jogam a sorte, semeiam a doença e a morte. Durante dois séculos, milhares de bruxas são perseguidas, denunciadas, atormentadas, antes de serem lançadas às chamas. Será preciso esperar o fim do século XVII para que se imponham as vozes que clamam pela razão e para que, pouco a pouco, as últimas fogueiras sejam extintas. Para além do mito, Jean-Michel Sallmann analisa, como historiador, o modo de representação que foi a bruxaria, dos primeiros processos às figuras que povoaram o imaginário romântico.