Eu conheci Reynaldo Bessa no interior das Minas Gerais, num festival de música em Caxambu, onde fomos do júri. Lá começou tudo, com o poema Ismália, de Alphonsus de Guimaraens, musicado por ele, o que me surpreendeu. O projeto Terças Poéticas batia recordes de público nos jardins internos do Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Convidei, então, o músico e poeta para participar de uma edição em homenagem ao simbolista, onde ele cantou, além de Ismálía, outros poemas musicados por ele. Aquilo foi um sucesso, ele arrebatou os sentidos além do olhar. Nascia, afinal, uma experiência de diálogo com ele. Eu, como sempre, imerso nas terras da poesia, passei a falar com ele sobre tudo por tudo. Bessa tinha o desejo de produzir um disco com poemas musicados e cantados por ele. Nascia Com os dentes, um disco incrível. Eu e Dríade, que voou pela primeira vez, descemos a São Paulo para a noite de gravação ao vivo. Aquilo foi uma festa de beleza, em nome da poesia. Assim, para não perder o clima, produzi na sequência um show de lançamento do disco em Belo Horizonte, no Palácio das Artes. O músico potiguar, radicado na Pauliceia, me falou, então, que tinha poemas para um livro, talvez, mas não sabia o que fazer com aqueles rascunhos. Quero ver esses poemas, naturalmente, eu falei. A Anome Livros publica o livro Outros Barulhos, o sonho do músico que sempre foi também poeta. Outros Barulhos ganha, para a nossa surpresa, o prêmio Jabuti, em poesia. Eu, o editor do livro, não pude estar em São Paulo para e entrega do bicho jabuti. Voltei, então, a produzir um show do músico e poeta em Belo Horizonte, quando ele me entregou o jabuti em cena, e eu vibrei e chorei por dentro. Terças Poéticas vivia um templo de ouro nos jardins internos do Palácio das Artes. E mais uma vez levei Reynaldo Bessa para mais uma edição. E depois voltei a levá-lo para o Verão Poesia e Portuguesia, tudo feito como sempre no Palácio das Artes, um lugar que se tornou espelho da minha casa, durante mais de [...]