Todos os textos contidos nesta coletânea nasceram de três edições do Seminário Nacional "O Professor e a Leitura do Jornal", realizadas em Campinas-SP em 2002, 2004 e 2006. O objetivo maior desse evento sempre foi aproximar o jornal da educação por meio de exposições, discussões e debates sobre os pontos de intersecção entre esses dois universos. Coroou tal objetivo o desejo de fazer ver que a leitura de jornais e de outros veículos da cultura impressa é uma prática vital na formação continuada e na atualização dos professores. No Brasil, já na década de 1930, os pioneiros da Escola Nova alertavam para a necessidade de se utilizar outros textos em sala de aula, que não só os de livros didáticos. Diziam ser necessário dispor e dinamizar as diferentes configurações textuais em circulação na sociedade, de modo que os estudantes pudessem ter acesso a uma multiplicidade de gêneros de escrita e de representações da realidade durante a sua formação escolar. Entre esses textos, não há dúvida de que os produzidos pela imprensa escrita adquirem uma grande projeção e preponderância em decorrência de sua forte presença na vida do cidadão urbanizado. De fato, não há como negar que o jornal aglutina, no polo da produção, um conjunto diferenciado de linguagens e de gêneros textuais. Nele estão presentes estruturas narrativas (notícias, reportagens etc.), descritivas (imagens, tabelas etc.) e dissertativo-argumentativas (editoriais, charges, cartas à redação etc.), o que permite, no polo da recepção, práticas ecléticas de manejo da língua e de entendimento por parte dos leitores.