Em 1999, um misterioso iraquiano pede asilo político em Munique. O jovem engenheiro químico oferece um convincente testemunho sobre um programa secreto de Saddam Hussein para o desenvolvimento de armas de destruição em massa. Ele afirma que o ditador construiu unidades móveis, com agentes biológicos, criando um mortífero inferno sobre rodas. Seus gratos anfitriões alemães passam o relato adiante para colegas da CIA, mas negaram aos norte-americanos acesso ao célebre informante. Os norte-americanos, no entanto, dão ao desertor um inesquecível codinome: Curveball. O caso fica esquecido até o episódio de 11 de Setembro, quando o governo Bush volta sua atenção para o Iraque. Determinado a invadir o país árabe, o grupo de Bush se apega à história de Curveball sobre os laboratórios móveis - ainda que não houvesse outra prova que validasse a história. Ignorando uma avalanche de advertências quanto à credibilidade do informante, a CIA libera alegações não confirmadas de Curveball para uso de Bush em seu grande discurso anual. Finalmente, o secretário de Estado Colin Powell expôs para todo o mundo o relato daquela “testemunha ocular” iraquiana durante o histórico discurso perante o Conselho de Segurança da ONU. Contudo, o caso inteiro estava baseado em uma fraude. O vasto aparato de espionagem dos Estados Unidos continuou a criar demônios que não existiam. E as provas já estavam claras antes da guerra. Grande parte dos eventos e diálogos aqui apresentados não foi publicada antes, mas diferente de ter acesso a partes divulgadas na imprensa, aqui o leitor encontra a história completa.