Os relatos de Concertos Para Arranha-Céus vêm confirmar Ronaldo Cagiano, também poeta e crítico, como um dos mais consistentes dentre os narradores contemporâneos brasileiros, com sua prosa vigorosa e precisa. À primeira vista, ou em uma primeira leitura, predomina a impressão da diversidade, diante dos textos mais longos, alguns, e mais breves, outros, passando do monólogo interior e da narrativa na primeira pessoa até o registro mais linear, bem descritivo. Também há diversidade temática: os enredos variam ao longo do tempo; tratam de diferentes épocas e lugares, desde uma Cataguases e as metafóricas Santa Rita de Duas Pontes e Curralópolis do início da década de 1960, até hoje, o aqui e agora, com passagens cuja ação chega a este 2004.