Artista de sensibilidade ímpar, Fernanda Oliveira equilibra em seus textos curtos uma espécie de singeleza e de profundidade, nos convidando ao mergulho em si, no outro, no que está ali ou além, no que funde tudo que temos de mais humano. "A gente tem que dançar com o outro / O que existe na dança a dois / Mesmo que não entre onde danço sozinha". Entre a música e o silêncio, entre o corpo e a alma, entre o eu e o outro, entre a razão e a emoção, entre o verso e o reverso, é preciso chegar ao universo da poesia, como Fernanda bem o sabe e bem o diz. E entre os dois lados de cada uma dessas moedas, às vezes nos encontramos finalmente bem aqui: no meio do lado, esse lugar metafórico onde a linguagem precisa virar arte para se explicar, para nos explicar.