Situando-se no domínio de estudos que desenvolvem uma epistemologia da comunicação, este trabalho analisa as características da interação que se confronta com a mediação, ao estabelecer processos cognitivos que oscilam entre os dois conceitos e possibilitam a discriminação de momentos comunicativos distintos e essenciais para a comunicação enquanto área de conhecimento. Procura-se identificar as matrizes epistemológicas subjacentes a esses processos, a fim de ser possível apreender as configurações que sustentam tais matrizes e identificar manifestações que, cotidianas, passam despercebidas porque, à maneira de uma rede, cruzam-se sem limites, identificando, mais uma vez, o incerto objeto científico da comunicação. Perante os desafios que decorrem das novas tecnologias e impõem mudanças mediativas e interativas, parece necessário analisar a tessitura dessa rede de difícil domínio epistemológico para a comunicação, mais afeita à mediação do que à interação. O objeto de investigação está concentrado no estudo da cidade que, ao mesmo tempo, é cenário e atriz de processos mediativos e interativos. O trabalho se concretiza em dez ensaios orientados por rigorosa sincronia: partem dos dados pesquisados para refletir sobre a epistemologia da pesquisa e, ao final, sobre a própria natureza epistemológica do conhecimento. Este trabalho destina-se à leitura atenta de comunicólogos, arquitetos, urbanistas, paisagistas, geógrafos, historiadores e artistas que atuam na cidade e a transformam.