A literatura tem asas,mas não tem fronteiras. [....] A uma cultura tão pouco familiar ao Ocidente, nós leitores conseguimos nos transportar ao universo do protagonista Thoth Zehuti, um filósofo e professor deslocado no mundo, um andarilho errante dotado de certa misantropia que vagueiacomo um moribundo, na esperança de encontrar uma melhor disposição para enxergar a vida, ou um lugar para chamar de pátria e sobreviver com o mínimo necessário.... Assim, ele se dirige para o Vietnã, Camboja e Tailândia, atraído pelos contrastes dessa cultura milenar: uma natureza tão exuberante,com seu povo historicamente reprimido e sofrido. [...] A narrativa entrelaçada com micro-histórias e micronarrativas, em meio a um enredo costurado com dores e perdas, memória e esperança, nos descortina o cenário de uma cultura ímpar, além de nos causar inquietação e nos fazer refletir sobre o destino da humanidade em vários aspectos: político, religioso, ideológico, cultural.