Aprisionado no que parece ser um hospital psiquiátrico, um homem escreve um livro – ou ao menos acredita nisso. O título é O livro dos esquecimentos. Mas ele não sabe quem é. Não sabe do seu passado nem do seu futuro. Tudo o que sabe é que está perdendo a memória. É o que dizem. Mas “o esquecimento é memorável”, diz seu único amigo, o doente do quarto ao lado. Memorável? Mas que importa? A memória não é um espaçamento imaginário do tempo? O autor busca, a todo o momento, a originalidade. Sua obra permite entender o tempo imemorial, apesar de o homem estar condenado à atualidade. Um homem procura a si mesmo. Um autor intenta “realizar o novo”. E o resultado é a beleza. A beleza que, segundo Dostoiévski, “vai salvar o mundo”.