Quando água e terra se encontram: lama. Do barro ancestral entendemos que nascemos, mediante as tradicionais ontologias afrodiaspóricas que nos servem de farol. Como é frondoso, então, o espetáculo sagrado e profano proporcionado por este encontro. Luana é a mão firme na caneta que (a)terra com segurança as palavras quando o corpo pede (c)alma. Ainda assim, é possível ver escorrer os sentimentos líquidos entre as linhas. Uma combinação tão potente que só pode resultar no parir, uma vez que sustenta dar-se de cara ao limite. Livro e autora se formam diante dos olhos de quem consegue apreciar as miríades da gestação, este processo tão líquido quanto sólido. Este é um livro-espelho, também um livro-presente, onde a gente fica de frente com nuances potentes do pântano das nossas próprias alegrias, amores e angústias. É uma obra pra lembrar de si, do palpitar ao engasgo, do grito ao silêncio, do solidificar ao fluir. Com Lua, me permiti escutar para além dos olhos, enxergar para (...)