Em seu segundo livro, Maitê Alegretti nos conduz por um percurso. Dificilmente os leitores não associariam esse movimento aos tempos recentes pelos quais passamos e às dificuldades que encontramos para retomar nossos caminhos cotidianos. De início, a obra em questão já nos introduz que, após essas vivências, nada mais seria como antes, pois eu precisava aprender/ que a mesma rua/ já não guardava as pessoas de antes/ e a cidade se deslocava todos os dias/ centímetros abaixo de nós. Há, dessa forma, evidente melancolia nesse movimento de regresso ao mundo exterior, que exige, inclusive, uma preparação. Afinal, depois da clausura, ter espaço/ de sobra/ dentro dos pulmões/ parece tarefa/ desmedida. Apesar de o mundo continuar se movimentando abaixo de nossos pés, a percepção do tempo, a partir do contexto posto e imposto, altera-se. Assim, o tempo parece não existir e é necessário um esforço para a realização da possibilidade que se dispõe aos sujeitos: apenas os movimentos/ (...)