Todos recebiam dele um tipo de proteção. Prostitutas, travestis, viciados. Era sangue bom, diziam. Inofensivo, doce, sorriso de anjo, com vontade mesmo de ajudar. Ninguém sabia por quê. Tirava as crianças da marginalidade, encaminhava para a escola, dava assistência, aconchegava os desvalidos, acolhia os miseráveis e curava todas as feridas de quem já não conseguia mais ter esperança. Este herói pós-moderno de Paula Mastroberti ama platonicamente uma top-model cujo apelido, não por mera coincidência, é Dulci e busca igualmente o apoio e a amizade de um fiel escudeiro, Sancho, aqui transfigurado em jornalista - obcecado por qualquer coisa ou fato que não saiba definir ou explicar - que escreve reportagens sobre o dia-a-dia da sociedade marginal para o Virtual, um jornalístico.