O segundo volume de A Literatura no Brasil estuda os períodos barroco e neoclássico, quando o Brasil começa a se definir como Brasil, mas ainda de maneira incipiente. É a época do aparecimento dos primeiros escritores nascidos na terra, sob o signo do barroco, identificado como estilo de arte e complexo cultural.Uma das novidades de A Literatura no Brasil no estudo de nossa literatura é a conceituação do período que se estende de meados do século XVI ao final do século XVIII como barroco. Até então toda essa fase era incluída no classicismo, sem maiores indagações ou justificativas.A essa nova luz, foi possível reconsiderar a visão tradicional sobre as origens da poesia brasileira, a literatura dos jesuítas, os sermões de Vieira, as sátiras de Gregório de Matos, o movimento academicista.No século XVIII, período de transição e preparação para a independência, em sintonia com as grandes mudanças efetuadas no mundo, o país toma consciência de si mesmo, o sentimento nacional se aguça, aumenta a rivalidade entre nativos e reinóis, sucedem-se os movimentos emancipacionistas, precursores da independência.Neste mundo em ebulição, o neoclassicismo surge como um ponto de equilíbrio, mas também de nostalgia de uma inocência perdida, com a volta a uma arte mais simples, próxima à natureza, retomando os velhos ideais clássicos. Uma das tendências dominantes dessa literatura foi o arcadismo, a poesia adotada pelo grupo mineiro, estudado também como encaminhamento ao romantismo.É uma época de primado quase absoluto da poesia, mas na qual emergem também pensadores, como Matias Aires e Silva Lisboa, oradores como Mont'Alverne, jornalistas como Hipólito da Costa e João Francisco Lisboa. O país já estava às portas do romantismo. Mas isso é assunto do próximo volume.